Delatores dizem que a instituição de caridade corre o risco de colapso porque o governo a orientou a se concentrar na defesa.

Os chefes do instituto nacional de inteligência artificial (IA) do Reino Unido reconheceram que os últimos meses foram "desafiadores" para a equipe, pois a instituição de caridade passa por mudanças "substanciais".

Isso ocorre depois que os funcionários levantaram "preocupações sérias e crescentes" em uma denúncia nesta semana apresentada à Comissão de Caridade.

Eles alertaram que o órgão - que recebe £ 100 milhões do governo - corre o risco de colapso depois que o Secretário de Tecnologia Peter Kyle o instruiu a priorizar a defesa e ameaçou retirar seu financiamento se não o fizesse.

Em uma carta vista pela BBC, o presidente Dr. Doug Gurr disse que o Instituto Turing "intensificaria em um momento de necessidade nacional".

Ele disse que já havia estabelecido um novo grupo de trabalho sênior composto por autoridades governamentais e funcionários do Instituto Turing.

No entanto, ele disse que a defesa não deveria ser o "único foco" e que algum trabalho em questões de saúde e meio ambiente continuaria de acordo com os objetivos do governo e dos investidores privados.

Os denunciantes descreveram a resposta da administração como "performativa".

"Apenas conversa, nenhuma ação, nada mudou", disseram, falando à BBC sob condição de anonimato porque temem perder seus empregos por falarem.

O Dr. Gurr e a Diretora Executiva Dra. Jean Innes não responderam diretamente às acusações dos denunciantes sobre uma cultura interna tóxica de "retaliação" e "defensiva".

A dupla disse que não tinha visto a carta enviada pelos denunciantes à Comissão de Caridade, que foi compartilhada com a BBC.

"Estamos comprometidos em conduzir nossos negócios com honestidade, integridade e transparência e acreditamos que uma cultura de abertura e responsabilidade é essencial", escreveram, e vincularam as diretrizes de denúncia do Instituto Turing.

Fundado em 2015 como o principal centro de pesquisa de IA do Reino Unido, o Instituto Turing, com sede na Biblioteca Britânica em Londres, foi abalado por descontentamento interno e críticas às suas atividades de pesquisa.

A mudança de foco para a defesa representa uma mudança significativa para a organização financiada publicamente.

Tanto os denunciantes quanto o secretário de tecnologia disseram que querem novos líderes no Instituto - mas não houve menção a nenhuma mudança na equipe de gestão na carta.

Vários funcionários seniores deixaram a organização nos últimos meses, e os chefes disseram que mais pessoas seriam demitidas ou não teriam seus contratos renovados à medida que a reestruturação continua.